TU ÉS!

Olhas-me com olhares diferentes. Perpetuas-me a viver num desejo angustiante. Determinas os meus sonhos e pesadelos. Induzes os meus passos a caminharem contrários aos teus, quando lhe são conveniente. Têm de mim, todos os desejos cabíveis num homem ou na mulher. Te ocultas nos caprichos indecorosos das insaciáveis cobiças que lhe aprazem. Tu és a água que não quer ser bebida, o fruto que não quer ser comido e a prece que não quer ser rezada! Tu és uma história sem fatos, pois jamais permitiste que eles acontecessem! E da discórdia sentimental, o tempo é o mais prejudicado. Pois está indo e levando com ele, tudo àquilo que de mais sublime existe entre duas pessoas que se querem com a paixão eloquente e voluptuosa que o destino reserva a poucos nesta vida. Qual triste me encontra, quando tenho que lhe dizer que a selvagem desenfreada paixão está se transformando num resignado e passivo amor.

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