SE MEU BARCO NAVEGASSE.
Se meu barco navegasse além do teu olhar,
seria tu a luz do fanal do meu destino.
Mas, ao navegar por mares ignorados,
corro risco de um triste e solitário naufrágio.
Quando me entrego aos sonhos não realizados,
sinto-me como um corpo celeste vagando,
perdido no espaço, dimensionando a solidão
do abandono próprio e tão indecifrável!
Destituístes das minhas inocentes fabulas,
de um inocente, desejado e pueril amor!
Outorgastes-me o direito de sofrer
por um apego desleal e tão despojado.
Porque vos ausentastes dos meus
diminutos momentos de prazer,
se é tão pouco o tempo que tens
para fingires dedicá-los a mim?
Afasto-me surrealmente de mim mesmo,
sem ao menos, me despedir do devaneio!
Afasto-me de ti sem ao menos saber
de quem eu me despeço na realidade!
B. A. VILLA.
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