SONHADORA.

Ah, minha bela flor, que avivas com o nascer de um novo dia. Cintila a luz da beleza inocente, Com uma brandura ingênua e com a malícia adequada. Trepidas sobre meu peito Com tuas alucinações fulgurantes, Exalando perfume da relva, ciosa e molhada, Vitalizando minha força espiritual, Saciando a carne que me tem cativo. Ó, amada minha! Sonhadora realista. Tu fazes do ser profano um ser abençoado, do pecado um ato natural, sem culpa e sem arrependimento. És tu ameno as minhas agonias, As minhas vontades e alucinações presentes. Tu provocas tantas e novas sensações a cada momento, Com mais pura afabilidade. Tu és a inovação de todas as profundas ansiedades Que um homem pode ter esquecido em algum canto escuro, aprofundando-o - a tantos e melancólicos pesadelos. Tu és minha culpa, meu pecado mortal, Último porto a uma nau cansada de tanto vagar por oceano de cruéis tormentas e desilusões tantas. Tu és a última semente Que ainda pode brotar em um jardim árido, Vazio e solitário, com esperanças que um dia volte florescer. Tu és o ar que ainda alimentam os meus tantos desalentos. B. A. VILLA.

Comentários

Postagens mais visitadas